Taiguara – Melodias de Amor, Liberdade e Resistência

Taiguara Album Viagem

Taiguara Chalar da Silva nasceu em Montevidéu, Uruguai, em 9 de outubro de 1945

Seus pais, o bandoneonista e maestro Ubirajara Silva e sua mãe, Olga Chalar, também uruguaia e cantora de tango, estavam envolvidos no mundo da música.

A família mudou-se para o Rio de Janeiro em 1949 e, posteriormente, para São Paulo em 1960.

Taiguara estabeleceu seu nome na Música Popular Brasileira, junto a nomes como Chico Buarque e Toquinho.

Durante os anos 1960, ele participou, foi finalista e ganhou uma série de festivais, lançando álbuns com canções que marcaram sua primeira fase, como “Helena, Helena, Helena” e “Hoje”, nos álbuns “Taiguara!” (1965) e “Taiguara” (1968).

Nos anos 1970, lançou “Viagem” (1970), “Carne e Osso” (1971), “Piano e Viola” (1972) e “Fotografias” (1973).

No entanto, Taiguara enfrentou forte censura durante o período do regime militar no Brasil (1964–1985). Mais de sessenta de suas canções foram censuradas entre 1972 e 1973, impedindo-o de gravar ou reproduzir várias composições.

Um de seus álbuns, “Let The Children Hear The Music”, foi gravado no exterior, mas também foi censurado, impedindo seu lançamento.

Em 1975, ele retornou ao Brasil após um breve autoexílio e gravou o icônico álbum “Imyra, Tayra, Ipy — Taiguara”, que acabou sendo recolhido das lojas pela polícia.

Após um exílio mais longo na Europa e na África, Taiguara voltou ao Brasil nos anos 1980, após a anistia, retomando sua carreira com shows e lançando os álbuns politicamente ativos “Canções de Amor e Liberdade” (1983) e “Brasil Afri” (1994).

Infelizmente, Taiguara faleceu em São Paulo em 1996, vítima de câncer.

Melodias de Amor, Liberdade e Resistência

Taiguara, um nome que ressoa na Música Popular Brasileira, deixou um legado significativo como cantor, compositor e instrumentista.

Sua trajetória artística foi marcada por momentos de sucesso, desafios e resistência.

Vamos explorar mais detalhes sobre sua carreira e as músicas que o consagraram:

Taiguara - Melodias de Amor, Liberdade e Resistência - Album Hoje

Antes da Ditadura: Composições Românticas

Durante os anos 1960, Taiguara participou, foi finalista e ganhou uma série de festivais de música.

Esses eventos eram vitais para a cena musical da época, proporcionando uma plataforma para artistas mostrarem seu talento e se conectarem com o público.

Suas composições românticas e poéticas encantaram os ouvintes, e ele estabeleceu seu nome ao lado de outros artistas renomados, como Chico Buarque e Toquinho.

Álbuns Notáveis

“Taiguara!” (1965):

Neste álbum, encontramos a famosa faixa “Helena, Helena, Helena”. A melodia envolvente e as letras profundas conquistaram o público e marcaram o início da carreira fonográfica de Taiguara.

Outras músicas, como “Hoje”, também fazem parte deste trabalho, revelando sua sensibilidade artística e sua habilidade de transmitir emoções através da música.

“Taiguara” (1968):

Este álbum homônimo consolidou ainda mais o nome de Taiguara na MPB. Canções como “Universo no Teu Corpo” e “Maria do Futuro” continuaram a encantar os ouvintes.

Sua voz única e suas composições poéticas eram uma marca registrada, e ele se destacava como um dos talentos promissores da época.

Durante a Ditadura: Composições de Contestação

No entanto, o cenário político brasileiro mudou drasticamente com o advento do regime militar (1964–1985).

Taiguara enfrentou forte censura durante esse período, com mais de sessenta de suas canções sendo censuradas entre 1972 e 1973.

Suas composições de contestação desafiavam o status quo e expressavam críticas ao governo.

Músicas Censuradas

“O Medo”:

Essa foi a primeira música de Taiguara a ser censurada. Lançada após a morte do artista, a letra abordava temas como medo, repressão e falta de liberdade, o que não era bem-visto pelo regime militar.

“A Ilha”:

Presente no álbum “Carne e Osso” (1971), essa canção foi censurada por fazer alusão à Cuba socialista. O governo brasileiro via com desconfiança qualquer referência a regimes considerados “subversivos” na época.

Taiguara Album Taiguara

Legado e Resistência

No entanto, apesar das dificuldades, Taiguara continuou a lutar por sua arte. Ele retornou ao Brasil após exílios e lançou álbuns politicamente ativos, como “Canções de Amor e Liberdade” (1983) e “Brasil Afri” (1994).

Seu legado continua a inspirar artistas e a lembrar a importância da liberdade de expressão na música e na sociedade.

Imyra, Tayra, Ipy e Let the Children Hear the Music: Esses dois discos, gravados em Londres, foram inteiramente proibidos após o lançamento.

As letras e mensagens desses álbuns eram consideradas subversivas e desafiadoras ao regime. Taiguara enfrentou dificuldades para expressar sua visão artística e política.

Cavaleiro da Esperança: Taiguara escreveu essa música em homenagem a Luís Carlos Prestes, fundador do Partido Comunista Brasileiro. A censura não via com bons olhos referências a líderes políticos que não estavam alinhados com o governo militar.

Discografia de Taiguara

A discografia de Taiguara é rica e diversificada, abrangendo diferentes momentos de sua carreira:

“Hoje” (1969):

Este álbum inclui a famosa faixa-título “Hoje”, que se tornou um dos maiores sucessos de Taiguara. Além disso, outras músicas como “Fim de Caso” e “Helena, Helena, Helena” também estão presentes neste trabalho.

Sua voz única e suas composições poéticas continuam a encantar os ouvintes até hoje.

“Viagem” (1970):

Neste álbum, Taiguara apresenta canções como “Universo no Teu Corpo”, “Maria do Futuro” e “Geração 70”. Ele explorou temas profundos e cativou o público com sua sensibilidade lírica.

A melodia envolvente e as letras marcantes são características desse trabalho.

“Imyra, Tayra, Ipy” (1976):

Este álbum é uma obra-prima de Taiguara. Com faixas como “Aquarela de Um País na Lua” e “Sete Cenas de Imyra”, ele desafiou as convenções musicais da época.

Suas composições poéticas e a profundidade das mensagens continuam a ressoar.

“Brasil Afri” (1994):

Neste álbum, Taiguara apresenta músicas como “O Cavaleiro da Esperança” e “África Mãe”. Ele expressa sua visão artística e política de maneira envolvente e inspiradora.

Mesmo após os desafios enfrentados, sua paixão pela música permaneceu inabalável.

“Meus Momentos” (2004):

Uma coletânea que reúne alguns dos maiores sucessos de Taiguara, incluindo “Gente Humilde”, “Modinha” e “Prelúdio Nº 2 (Paz do Meu Amor)”.

Essa compilação é uma oportunidade para os fãs revisitarem sua carreira brilhante.

Taiguara Album Teu Sonho Não Acabou

Uma Incrível Jornada

Taiguara Chalar da Silva, um nome que ecoa na Música Popular Brasileira, deixou um legado profundo e multifacetado.

A sua voz, suas composições e sua coragem diante da censura, moldaram uma carreira que transcendeu gerações.

Antes da ditadura, Taiguara nos presenteou com melodias românticas e letras que tocavam a alma.

Canções como “Helena, Helena, Helena” e “Hoje” marcaram sua trajetória, estabelecendo-o como um talento promissor.

Os festivais de música foram seus palcos de conquista, onde ele compartilhou sua sensibilidade artística com o público.

Entretanto, o cenário político mudou, e a ditadura militar lançou sua sombra sobre o Brasil. Taiguara enfrentou a censura, mas sua voz não se calou.

“Imyra, Tayra, Ipy” e “Let the Children Hear The Music” desafiaram o regime, e “Cavaleiro da Esperança” homenageou líderes políticos corajosos.

Sua discografia é um tesouro: de “Viagem” a “Brasil Afri”, cada álbum é uma jornada pela alma de Taiguara.

Ele nos ensinou que a música é resistência, que as notas podem ser armas contra a opressão.

Hoje, suas canções ecoam em nós, lembrando-nos da importância da liberdade de expressão e da busca incansável pela verdade.

Taiguara, o trovador das eras, permanece vivo em cada acorde, em cada verso.

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